:: 19/mar/2022 . 18:38
Botucatu, no interior paulista, deve abrigar Centro de Biofármacos
Protocolo de intenções foi assinado neste sábado com a Unesp
Publicado em 19/03/2022 – 15:39 Por Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil – São Paulo

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes participa do programa Sem Censura, da TV Brasil. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Protocolo de intenções para a criação de um Centro Nacional de Biofármacos e Biomoléculas foi assinado hoje (19), em Botucatu, no interior paulista, entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). 

O centro vai permitir escalonar a produção de medicamentos biológicos. Entre os novos medicamentos que poderão ser produzidos estão os Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), que são usados, por exemplo, na produção de vacinas.
O centro terá 1.470 metros quadrados e abrigará laboratórios de pesquisa e espaço de coworking ( trabalho colaborativo ou cooperativo) para hospedar startups de biotecnologia. O prédio terá ainda alas fabril e de controle de qualidade. A fábrica terá capacidade de produzir amostras para pesquisa e testes clínicos.
Durante o evento, o ministro do MCTI, Marcos Pontes, destacou a iniciativa como meio de aproximar o conhecimento às necessidades da sociedade. “Uma das coisas que a gente notou na pandemia logo de cara foi esse gap (lacuna)”, afirmou. Segundo Pontes, a cada cinco papers publicados por cientistas brasileiros, só um é utilizado de forma prática no país. “O que está faltando? Ligação entre pesquisa e empresas.”
Para o reitor da Unesp, Pasqual Barretti, a universidade “não tem direito de se desconectar das políticas públicas”. Ele lembrou que a pandemia mostrou a importância e o tamanho do Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS tem que avançar e essas medidas na área de ciência e tecnologia vão trazer a ciência para perto do SUS e ele será ainda maior para o bem da sociedade e para o bem de todos.”
De acordo com o MTCI, ainda não está definido o valor dos recursos que serão destinados à criação do centro.
Edição: Graça Adjuto
Moraes inclui o Brasil no ‘clube’ de ditaduras que bloqueiam o Telegram
MÁ COMPANHIA
Bloqueiam o Telegram países autoritários como Bahrein, Belarus, China, Cuba, Indonésia, Irã…

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, em decisão monocrática – ou seja, sozinho, bloquear as operações do aplicativo de mensagens Telegram no Brasil.
A ordem foi transmitida à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e não depende do Telegram, cuja sede é em Dubai, nos Emirados Árabes. A ordem serve para as empresas provedoras de internet no Brasil, que a partir desta sexta-feira (18) estão obrigadas a bloquear o serviço.
Segundo dados do site especializado Statista e do próprio Telegram, até 18 milhões de brasileiros serão atingidos pela decisão de Alexandre de Moraes.
A decisão de Moraes se deu em um dos inquéritos sobre a suposta disseminação de “fake news”, após tentativas da Suprema Corte brasileira de exigir que o Telegram barrasse “grupos associados a Allan dos Santos”, o jornalista dono do site Terça-Livre, segundo a decisão do ministro. Moraes relata na sua decisão que atendeu a um pedido da Polícia Federal, mas o presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista à TV JovemPan News que a PF não fez esse pedido.
Além do Brasil, apenas Azerbaijão, Bahrein, Belarus, China, Cuba, Hong Kong, Índia, Indonésia, Irã, Paquistão e Rússia já bloquearam o Telegram para seus habitantes. A Rússia depois recuou de sua atitude autoritária em relação ao aplicativo.
Em fevereiro deste ano, o aplicativo concordou com pedidos do governo da Alemanha para apagar grupos de nacionalistas anti-semitas, que disseminavam teorias de conspiração no país onde o nazismo nasceu e morreu.
Repercussão
Após a péssima repercussão da decisão, o ministro Alexandre de Moraes abriu um outro inquérito para investigar o vazamento da informação, segundo o site Jota. O ministro já teria mandado o Twitter identificar o dono perfil que primeiro vazou a informação.
Bolsonaro diz que PF não pediu a Moraes bloqueio do aplicativo Telegram
CENSURA
Presidente fez a afirmação a jornalista da Jovem Pan, nesta tarde

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (18) que a Polícia Federal não pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a decretação de bloqueio do aplicativo de mensagens Telegram.
A informação foi divulgada há pouco pelo jornalista Augusto Nunes na TV Jovem Pan, ao relatar conversa que teve com Bolsonaro ao telefone, quando o chefe de governo destacou que a decisão é da exclusiva responsabilidade do ministro.
Em sua decisão, Moraes faz referências a alegações da PF no sentido de que no Telegram seria “notoriamente” resistente a “colaborar” com autoridades de diversos países”, mas nem o ministro e nem o policial mencionam tais países, todos sob regimes autoritários.
Adotaram medidas idênticas contra o Telegram ditaduras ou regimes autocráticos como os do Azerbaijão, Bahrein, Belarus, China, Cuba, Hong Kong, Indonésia, Irã, Paquistão e Rússia, que depois recuou da perseguição.
Bloqueio ao Telegram acaba sistema que mobiliza socorro da Defesa Civil em todo País
DESASTRE À VISTA
Preocupação é que são esperadas fortes chuvas em várias regiões do País

O sistema de alerta de chuvas do aplicativo Telegram será paralisado em todo o País, impedindo a mobilização dos integrantes da Defesa Civil, segundo advertiu esta noite o secretário de Mudanças Climáticas da Prefeitura de São Paulo, Antonio Fernando Pinheiro.
Ele se assustou com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que considerou grave, e disse que a suspensão do Telegram deverá inviabilizar a ação das autoridades de todo o País diante das fortes chuvas esperadas para este fim de semana.
“É preciso recorrer dessa decisão, rever isso”, disse ele, perplexo com o caráter impensado da censura. Pinheiro disse que o Telegram é o principal instrumento de mobilização da Defesa Civil e de outros organismos que atuam no socorro à população.
Ele citou como exemplo a cidade de Belo Horizonte, onde 4 mil pessoas envolvidas em ações de socorro da Defesa Civil fazem parte de um grupo do Telegram. Ele explicou que o Whatsapp, por exemplo, limita os grupos a 256 pessoas e não há tempo para reformar todo o sistema de mobilização.
O secretário Antonio Fernando Pinheiro acha estranho que o poder público, nesse caso representado por um ministro do STF, seja capaz de bloquear uma rede que o próprio poder público utiliza para mobilizar socorro a brasileiros vítimas de enchentes deslizamentos e outros desastres naturais.
Ministro do STF determina bloqueio do Telegram no Brasil
Em caso de descumprimento, será aplicada multa diária de R$ 100 mil
Publicado em 18/03/2022 – 16:09 Por André Richter – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Atualizado em 18/03/2022 – 16:45

Aplicativo de mensagens Telegram. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou hoje (18) o bloqueio do aplicativo de mensagens Telegram. Na decisão, o ministro determinou que as operadoras de telefonia realizem o corte no funcionamento da plataforma. Em caso de descumprimento será aplicada multa diária de R$ 100 mil.
Em fevereiro, Moraes havia determinado que o aplicativo de mensagens fizesse o bloqueio de perfis acusados de disseminar desinformação, no entanto, o STF não conseguiu intimar a representação no Brasil da empresa responsável pelo aplicativo.
Em outra frente, no início do mês, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também tenta localizar os representantes da empresa, por meio do escritório de advocacia no Brasil. Um ofício foi endereçado ao diretor-executivo do serviço de mensagens, Pavel Durov.
As autoridades temem que o Telegram seja palco para a desinformação no país por não buscar implementar meios de barrar a disseminação de informações sabidamente inverídicas. No aplicativo, por exemplo, é possível formar grupos com centenas de milhares de pessoas, que recebem mensagens simultaneamente. O principal concorrente, o WhatsApp, por exemplo, permite grupos de apenas 300 pessoas.
Decisão
O bloqueio do Telegram foi solicitado pela Polícia Federal (PF) no âmbito de uma investigação que está em andamento na Corte envolvendo o jornalista Allan dos Santos.
Segundo a PF, o aplicativo é “notoriamente conhecido por sua postura de não cooperar com autoridades judiciais e policiais de diversos países”.
Moraes ressaltou que o Telegram vem descumprindo as decisões que determinam a suspensão de perfis, em uma atitude de “total omissão em fazer cessar a divulgação de notícias fraudulentas e a prática de infrações penais”.
“O desprezo à Justiça e a falta total de cooperação da plataforma Telegram com os órgãos judiciais é fato que desrespeita a soberania de diversos países, não sendo circunstância que se verifica exclusivamente no Brasil e vem permitindo que essa plataforma venha sendo reiteradamente utilizada para a prática de inúmeras infrações penais”, afirmou.
Matéria atualizada às 16h45 para acréscimo de informações
Edição: Maria Claudia
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